Este espaço tem como finalidade reunir informações históricas sobre a Pedra de Xangô na Praia da Alegria - município de Guaiba/RS e fortalecer a memória da Religião de Matriz Africana.
A PEDRA DE XANGÔ possui em sua natureza uma riqueza de significado sagrado, principalmente os valores civilizatórios africanos. Também é uma fonte de possibilidades para estudo de conceitos científicos, fator que pode instigar o interesse no âmbito do exercício docente e da pesquisa.
A Ação da ASSOBECATY sustentada pelas Comissão Permanente e Impulsora da Semana Municipal da Umbanda e das Religiões de Matriz Africana despertou nos religiosos a sua condição de ambientalista natos, que os transforma, além de sacerdotes das religiões Afro- Brasileiras com compromisso de transmitir o sagrado, também agentes que tem a condição natural de preservação da natureza sendo fator determinante para o fortalecimento e a restituição do Axé, Mãe Carmen de Oxalá.
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O que é Alujá
Alujá é um toque especifivco do orixá Xangô que ritmo produzido pelo som dos atabaques aceleram em ritmo crescente, os passos de quem acompanha a dançã gestos simbolizam a saga de guerreiros , os atabaques aceleram gradativamente o ritmo tornando mais vibrante os passos dos que dançam.
" A cadência se acelera ele faz o gesto de quem vai pegar numa !alabá" (bolsa de couro imaginário as pedras de raio de lançá-las sobre a terra"(Verger, 1997;140
_____________________________________________________________________________________Bairro Alegria
Balneário Alegria
A antiga sesmaria das Pedras Brancas envolvia boa parte do que é hoje o Município de Guaíba. Localizado á margem direita do lago Guaíba apresenta belas paisagens e praias naturais que sempre foram apreciadas desde os tempos da ocupação indígena na região.
Já no século XIX o nome "Alegria" era conhecido, como vemos no inventário de morte de Gomes Jardim, fazendo referência à antiga "Charqueada da Alegria".
Este lugar composto por excelentes pastagens comportava rebanhos bovinos que pertenceram tanto a Gomes Jardim como a seus descendentes, chegando a ser conhecido também, como "Ponta do Angélico" (exatamente onde hoje encontramos a empresa ARACRUZ). Sua vocação para o turismo de lazer e descanso levou desde o início do século XX, as pessoas a procurarem a localidade para veraneio e período de férias.
A organização urbana do Balneário Alegria se deu a partir da década de 1920. Contou com a compra feita por parte de um sucedido comerciante da pequena vila das Pedras Brancas, Silvestre Alves da Silva, de descendentes de Gomes Jardim. As características de um ambiente prazeroso e relaxante foi o que fez com que a conhecida Praia da Alegria atraísse grande número de pessoas principalmente nos meses de verão. Lá, se encontravam bons hotéis, restaurantes e muito lazer. Os hotéis mais famosos da história de Guaíba sem dúvida foram da Alegria, entre eles o Hotel Gaúcho, de João Sthal e o Hotel Zimmer inaugurado em 1932.
De Porto Alegre chegava–se até o balneário através de vapores e depois de embarcações a óleo diesel. O vapor Santa Cruz foi um deles. Estas embarcações vinham com lotação máxima e a população do balneário dobrava em tamanho.
Muitas festas aconteciam, desde casamentos, piqueniques, carnavais, serestas, procissões ligadas a Igreja da Paz, como as procissões em nome da Padroeira, Divino Espírito Santo, Ternos de Reis e outras festividades incluindo as de caráter político – partidária.
O prédio da Igreja da Paz foi construído na década de 1950, e assim como o Pórtico da Alegria (Pórtico Otaviano Manoel de Oliveira Júnior, 1942) representam ser marcos da mobilização e força de organização da comunidade que buscou apoio para suas ações junto aos poderes Municipais. Criou-se também, a Associação Amigos do Balneário Alegria (SABA) para atender a população moradora e visitante em suas festas.
Na praia da Alegria, por sua natureza exuberante, encontramos a presença dos cultos e ritos afro-brasileiros. Por este motivo temos próxima a Empresa Viação Guaíba, a conhecida Pedra de Xangô; na extremidade direita da praia, a imagem de Nossa Senhora da Conceição (na visão católica) e Mãe Oxum (na visão de matriz africana) que compõem há trinta e nove anos um assentamento religioso resultado do sincretismo nascido no interior das senzalas na época da escravatura no Brasil. Encontramos também, há 27 anos a festa de Iemanjá realizada pela Casa de Religião conhecida como "Estrela do Oriente" de Mãe Arlete de Iemanjá, e que ocorre anualmente nas areias da praia.
Em sua extremidade esquerda, está o monumento conhecido como o "Marco Farroupilha" marcando um lugar de memória. O monumento, inicialmente construído por restos das paredes da antiga charqueada, foi acrescido de uma placa em bronze, mandada fazer pelo então prefeito Maurício Lessa, para lembrar o lugar de onde saíram 60 farrapos, liderados por Gomes Jardim, na noite de 19 para 20 de setembro, ás 23 horas, para tomarem Porto Alegre, iniciando assim, a Revolução Farroupilha. Este fato se deu no ano de 1935, pelos festejos ao centenário farroupilha. Mais tarde, por volta da década de 60, os restos de paredes foram substituídos pela atual estrutura em pedra granítica, a qual, abriga uma placa, também em pedra, que veio substituir a antiga construída em bronze, por esta ter sido roubada do local.
Durante a primeira metade do século XX, tivemos o balneário ocupado por muitas famílias alemãs. Desta forma encontramos casas que lembram a arquitetura alemã e que hoje estão desaparecendo da paisagem local. Estas famílias buscaram refúgio das Grandes Guerras Mundiais que assolaram a Europa em 1914 e 1941.
Em 1972, houve a inauguração da empresa norueguesa BORREGARD, construída ao lado do Balneário. O alto impacto ambiental causou a decadência das praias, o fechamento dos hotéis e restaurantes, o lugar foi sendo abandonado pelas famílias veranistas.
Com a poluição causada pelas indústrias e esgoto cloacal, hoje os órgãos ambientais proíbem o banho nas águas do Guaíba. Porém, a praia, com o tempo, passou a ser freqüentada pela população de baixa renda a qual não possui alternativa de lazer no verão e acaba recorrendo à única opção possível.
Apesar da poluição e todas as transformações sofridas no balneário, a "Praia da Alegria", continua sendo um espaço especial e diferenciado por sua natureza, paisagem e encantamento.
Autora: Míriam Ericksson Leão
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localizaçâo da PEDRA DE XANGÕ Patrimônio Material
AV. Brasil esquina Rui Barbosa - Praia da Alegria - GUAÍBA RS - BRASIL
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